6 métodos de execução utilizados por civilizações antigas

A humanidade traçou um extenso trajeto desde seu surgimento e ainda tem um longo caminho a percorrer, com muitas falhas para corrigir e virtudes para lapidar. Ao longo da história até a atualidade, já deu mostras do melhor dos homens… e também do pior. Muitos entendimentos, que nos são naturais hoje em dia, foram surgindo com o passar dos séculos. Conceitos como justiça, direitos, dignidade, foram surgindo e se estabelecendo, evoluindo após extensas reflexões sobre a condição humana. Dentre esses, o conceito de justiça é um dos que pode realmente chocar ao se analisar como era compreendido por civilizações do passado.

Atualmente, existe o conceito de Direitos Humanos para estabelecer limites ao que deve ser considerado o mínimo de respeito devido à um indivíduo. Mas nem sempre foi assim. Se ainda hoje a pena capital faz parte do arsenal jurídico de muitos países, como punição máxima para certos tipos de crimes, geralmente a tendência é utilizar métodos que sejam mais rápidos e indolores. Mas nem sempre foi dessa forma. Por muitos séculos, as execuções eram realizadas em praça pública, como um exemplo e ao mesmo tempo um espetáculo para as massas.

A seguir, serão apresentados a seis desses métodos brutais, concebidos para causar os maiores sofrimentos para a vítima antes de finalmente ser executada

Damnatio Ad Bestias

A Roma Antiga é famosa por sua cultura e arquitetura – e também por seus métodos de execução, de decapitação à crucificação, ou então seus espetáculos sangrentos como combates nas arenas de gladiadores. Mas um desses métodos merece ser destacado, pela brutalidade e por ser usado como entretenimento: o Damnatio ad Bestias, ou condenação às bestas.

Por esse meio de execução, o indivíduo era enviado para a arena completamente nu e sem nenhum tipo de arma, onde era obrigado a lutar até a morte com algum tipo de animal – geralmente leões ou outros felinos selvagens, mas também poderiam ser touros, ursos ou elefantes. E caso de alguma maneira sobrevivessem ao ataque, novas levas de animais eram soltas na arena até que o condenado fosse morto. Algumas vezes eram amarrados indefesos em estacas de madeira, deixados à mercê das feras. Ser rasgado em pedaços por um leão faminto com certeza seria uma maneira terrível de ser executado.

Esfolação

Esse método consistia em retirar a pele da vítima lentamente, tomando o cuidado de mantê-la viva pelo maior tempo possível e de preservar a pele inteira e intacta, para ser exibida posteriormente em um local público. Já era usada pelos Assírios em 911 a.C., onde essa prática é registrada e comemorada em esculturas e em Editos Reais que indicam que essa prática deveria ser iniciada com uma incisão nas coxas ou nádegas, a partir de onde se seguiria removendo a pele. Muitos outros povos usaram esse método, desde romanos até chineses na Dinastia Ming, e continuou a ser utilizada como forma de tortura e execução por muitos séculos.

Os condenados à essa execução acabariam morrendo devido à perda de sangue e fluídos corporais, choque circulatório e infecção generalizada, o que poderia levar desde apenas algumas horas até alguns dias após o processo. Resistir por dias às dores, infecção e estar com toda a musculatura à mostra seria um tormento colossal.

Lingchi

Se cortar com certeza é algo doloroso. Porém, ser executado enquanto o objetivo é fazer o maior número de cortes possível é excruciante. Pois é disso que se trata o “Lingchi”, ou Morte por mil cortes. Usado da China desde a Dinastia Tang, entre os anos de 618 a 906, esse método de execução tem um nome bem explicativo: a ideia é ir fatiando a vítima aos poucos, prolongando o sofrimento e vendo até onde ela consegue se manter consciente.

Apesar de não haver nenhuma especificação na lei chinesa sobre como deveria ser o procedimento, o processo geralmente consistia em prender o condenado à um tronco e ir o fatiando pouco a pouco, com os cortes começando pelo peito, sendo removidos a pele e os músculos, deixando as costelas à mostra. Em seguida o carrasco começava a realizar cortes nos braços, arrancando pedaços de carne fora, para finalizar repetindo o processo nas coxas. Dependendo da perícia do verdugo, as execuções poderiam se estender por longos períodos de tempo. E apesar da brutalidade do método, ele foi usado até o final da Dinastia Qing, com a última execução dessa forma acontecendo em 1914.

Enforcamento composto

Pendurar os condenados pelo pescoço era uma pena comum antigamente, assim como esquartejamento. Mas também havia a realização de ambas as formas na mesma condenação, sendo chamada de “enforcamento composto”. Estabelecida por decreto na Inglaterra em 1352, era a pena para Alta-traição. Esse método de execução era reservado apenas para homens, já que consideravam ser indecente expor o corpo de uma mulher dessa maneira, preferindo que mulheres acusadas do mesmo crime fossem decapitadas ou queimadas numa fogueira. O processo de execução começava com condenado sendo amarrado à uma prancha de madeira, que seria amarrada a um cavalo e então era arrastado até o local da execução.

Em seguida, o condenado era enforcado até quase morrer, quando então tinha sua barriga aberta por um corte e suas vísceras colocadas para queimar num braseiro (alguns chegavam até essa parte ainda com vida) algumas vezes tinham sua genitália arrancada e por fim, era decapitado e então esquartejado, para que os pedaços fossem exibidos em partes diferentes do reino.

Desmembramento

O método consiste em remover os membros do corpo. Era uma técnica de execução muito comum na Ásia e na Europa, onde era utilizado desde a Idade Média. Algumas vezes, o condenado era partido em pedaços ainda em vida, sendo utilizado algum instrumento como espadas, machados ou serrotes. Outra forma também muito utilizada eram o desmembramento a cavalo, onde a vítima tinha seus membros (braços e pernas) amarrados à quatro cavalos, cada um colocado em uma direção diferente, que então eram postos para correr, arrancando os membros da vítima com a força do impulso, carregando os pedaços do corpo por quilômetros. Segundo alguns estudiosos, o método dos cavalos era o preferido por Átila, o Huno.

Esse tipo de condenação foi usado em diversos locais diferentes, na Inglaterra, França, Portugal e também nas Américas. No Brasil, também houve a aplicação dessa pena, um exemplo é o caso de Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado por sua participação na Inconfidência Mineira.

Escafismo

Esse método supostamente teve origem na Pérsia, no século 5, durante o Império Aquemênida. Também conhecido como “suplício dos botes”, a primeira descrição dessa forma de execução foi escrita pelo historiador e filósofo grego Plutarco, em sua obra “A vida de Artaxerxes”.

O método consistia em dois botes de madeira esculpidos de forma a um encaixar sobre o outro, com os cascos em direções opostas. Então, o condenado era então deitado nessa estrutura, deixando a cabeça, as mãos e os pés do lado de fora. Em seguida, ele seria alimentado por uma mistura de leite e mel, tendo também seu corpo untado com mel, para atrair diversos insetos, como moscas, abelhas e vespas. A vítima era continuamente alimentada pela mistura para evitar que morresse de fome e com o propósito de desenvolver uma intensa diarreia. Estando preso ao barco, ficava coberto pelos próprios excrementos, o que acabava criando um ambiente propício para que surgissem vermes, os quais acabavam lentamente devorando a vítima ainda viva. Essa forma de execução tinha a intenção de causar uma morte lenta, e de acordo com o relato de Plutarco, uma vítima levou 17 dias para morrer.

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