Os Maiores Líderes Militares da História

Guerras foram sempre uma constante ao longo da História. Desde as primeiras tribos até o mundo atual, sempre houveram conflitos ocasionados por dezenas de motivos, e em cada um é natural encontrar lideranças que se destacam por diferentes razões. São esses homens que deixaram alguma marca tão profunda na História que tiveram seus nomes gravados no Tempo e em suas respectivas culturas.

A seguir, buscamos listar os nomes de alguns dos maiores líderes encontrados ao longo da História. Devido à enorme abrangência de períodos, feitos, táticas e armas, seria impossível catalogar e ranquear todos em uma lista de ordem de importância, portanto a lista a seguir será ordenada cronologicamente, selecionando os maiores comandantes de cada período, tendo por critérios conquistas, vitórias, táticas e inovações, capacidade de inspiração e influência além do campo militar.

Sargão de Acádia

Um antigo governante Mesopotâmio, Sargão foi o primeiro fundador de um Império (período de reinado cerca de 2334 até 2279 A.C.), o Império Acadiano, na região do atual Iraque. Após tomar o trono do Rei de Uruk, Sargão empreendeu uma conquista das cidades do território Mesopotâmio, fundando o primeiro exército permanente para tal tarefa e dominando todo o sul da região e dominando cerca de 34 cidades. Por essas conquistas, pode ser considerado o primeiro Líder Militar de grande porte da lista.

Tutmosis III

O sexto Faraó da Décima Oitava Dinastia, Tutmosis III foi considerado um grande guerreiro e estrategista militar. Reinou entre 1479 e 1425 A.C. e expandiu os territórios do Egito através de conquistas, capturando 350 cidades durante seu reinado, dominando toda a Síria e cruzando o Rio Eufrates. Utilizando de inovações em tecnologia militar, como as Carruagens e Bigas puxadas por cavalos, adotadas dos Hyksos; a Khopesh (espada curvada como uma foice) e arcos compostos. Ele também foi o criador da Marinha Egípcia, a primeira marinha de combate do mundo antigo.

Alexandre, O Grande

Alexandre III da Macedônia (Nasc. 356 – Morte 323  A.C.) foi um Rei grego da região da Macedônia, e é considerado um dos maiores guerreiros, estrategistas e conquistadores da História. Subindo ao trono aos 20 anos, empreendeu uma série de conquistas, criando um dos maiores Impérios da História, que se estendia da Grécia, passava pelo Egito e alcançava a Pérsia e a Índia. Usando seu exército composto por Hoplitas que utilizavam longas lanças de 5 a 7 metros de comprimento (Chamadas Sarissas) e sua cavalaria com maestria, Alexandre marcaria a História como um líder militar exemplar e Conquistador Invicto, morrendo aos 32 anos de uma possível Malária ou Febre Tifóide. Seu legado não se resume ao campo militar, já que a fundação de cidades e a helenização (difusão da cultura grega) promovida por suas conquistas, abriu novas frentes comerciais, expandiu a cultura, espalhou a língua grega para o Oriente.

Aníbal Barca

Um grande general e estadista de Cartago, Aníbal (247 A.C. à 183 A.C.) tornou-se lendário por suas vitórias contra as Legiões Romanas. Entre seus maiores feitos, está a travessia dos Alpes (cadeia de montanhas na Europa) com um exército que possuía mais de 30 Elefantes de Guerra, desviando das guarnições romanas das fronteiras e evitando a marinha romana, permitindo que chegasse diretamente aos territórios romanos. Suas vitórias em Trébia, no lago Trasimeno e na batalha de Canne (Cannaes) onde arrasou com o exército romano, o tornaram um lendário e temido inimigo de Roma.

Júlio César

Um grande General, político e conquistador, Caio Júlio César (100 A.C até 44 A.C.) deixou sua marca na História e é lembrado até hoje como um dos maiores comandantes militares da História. Sua conquista da Gália (região que hoje compreende o norte da Itália, França, Bélgica e Alemanha) lhe trouxe grande renome, e quando ordenado a dispensar seu exército e retornar a Roma, César escolheu marchar até a cidade com suas tropas, iniciando uma Guerra Civil da qual saiu vitorioso, tornando-se o Ditador de Roma (Ditador era um Magistrado Romano que reinava sem restrições por um período de tempo).

Foi em sua vitória contra o rei Farnáces II na Batalha de Zela (uma campanha militar que durou apenas cinco horas) que pronunciou a famosa frase “Veni, vidi, vici” ( “Eu vim, eu vi, eu venci”). Por seu senso estratégico e suas grandes vitórias na Gália, na Guerra Civil, no Egito e na Anatólia, suas reformas governamentais e sua marca na História de Roma (e do mundo) César é até hoje um dos maiores líderes da História.

Átila, o Huno

Um dos maiores chefes bárbaros e o Terror de Roma, sendo conhecido como “o Flagelo de Deus”, Átila (406 D.C. – 453 D.C.) e sua horda de hunos criaram um dos maiores impérios de seu tempo, invadindo a região dos Balcãs, a Grécia, a Gália (atual França) e a Itália, chegando às portas de Roma. Combatentes temíveis, os hunos combatiam montados, usando arcos e flechas para desferir ataques rápidos e retiradas antes que o inimigo pudesse revidar. Assim, Átila dominou todas as tribos das estepes asiáticas, em seguida se lançou contra os territórios do Império Romano. Por sua grande capacidade militar, estratégica e diplomática, e seu controle sobre diferentes tribos, povos e territórios, Átila pode ser considerado mais um dos grandes líderes militares da História.

Carlos Magno

Rei dos Francos, Rei dos Lombardos e mais tarde coroado Imperador do Império Romano do Ocidente, Carlos Magno (748 D.C. – 814 D.C.) foi o primeiro Imperador desde a queda do Império Romano em 476. Assumindo o reino Franco em 768, passou as primeiras 3 décadas de seu reinado promovendo guerras de expansão e lutando contra revoltas no reino, que aumentaram os territórios sobre seu controle. Ao longo de seu reinado de 45 anos, realizou 55 expedições militares.

Seu gênio militar era acompanhado por um senso realista das possibilidades e um sentido exato de qual decisão tomar, que lhe permitiam tirar proveito de situações com extrema rapidez para atingir os resultados que buscava. Graças a essas qualidades, conseguiu expandir o Império da Espanha até a Baviera, do Mar do Norte ao Mar Adriático.

E sua influência não ficou apenas no campo militar: também a cultura foi moldada pelo que ficou conhecida como “Renascença Carolíngia”. A Escola Palatina, conjunto de clérigos e letrados que Carlos reuniu em seu palácio, realizou um renascimento intelectual, trazendo novamente obras e estudos que haviam quase desaparecido com a queda de Roma e as invasões Bárbaras, criando a “minúscula carolíngia”, restaurando a língua latina, recuperando obras clássicas, fundando escolas de cantores e desenvolvendo a arquitetura e as artes plásticas. Devido a suas conquistas e todos os seus feitos militares, políticos e culturais, Carlos Magno conquistou seu lugar entre os maiores líderes da História.

Gengis Khan

Um nome conhecido e temido, Gengis Khan (1162 – 1227) foi o fundador e líder do Império Mongol e um dos maiores conquistadores da História. Nascido com o nome Temujin, ele conseguiu conquistar e unir os clãs nômades da Mongólia, através de diplomacia e também batalhas. Após unificar os clãs, assumiu o título Gengis Khan e promoveu reformas na sociedade mongol, removendo as lealdades tribais e instaurando um sistema de lealdade ao líder reinante, reorganizando a sociedade em um sistema militar decimal: todos os homens a partir dos 15 anos serviam em unidades militares de mil homens, subdivididas em unidades de 100, e essas em unidades de 10. Espalhando os guerreiros de tribos conquistadas nessas unidades, prevenia que pudessem se unir e se revoltar.

Usando o método tradicional de combate das estepes asiáticas, os guerreiros mongóis lutavam montados em cavalos e usavam pequenos arcos feitos de madeira, cola e chifres, o que lhes dava mobilidade e possibilidade de atacar a uma distância razoavelmente segura. Usando esse método, Gengis Khan dominou as estepes asiáticas e estendeu seu território do mar do Japão ao leste até regiões do Leste Europeu (Polônia, Hungria e Áustria) no Oeste, chegando a região do Ártico ao norte, em territórios da Rússia e China, e entrando no continente Indiano ao Sul, também se estendendo até as regiões do Levante (Israel, Líbano e Síria), formando em extensão territorial o Império que até hoje foi o segundo maior da História.

A memória da destruição causada pelos mongóis sobrevive até hoje, mas a capacidade militar, a conquista territorial e a fundação de um Império a partir de pequenos clãs, sem dúvida colocam Gengis Khan entre os maiores líderes militares da História.

Hernán Cortés

Hernán Cortés (1485 – 1547) foi um explorador, conquistador e líder militar espanhol, conhecido pela expedição ao “Novo Mundo” e a conquista do Império Asteca. Sendo de uma família humilde, apesar de parte da nobreza, Cortés estudou Direito e Latim na Universidade de Salamanca, mas abandonou os estudos, trabalhando como escrivão por alguns anos. Aos 19 anos, partiu para a ilha de Hispaniola (atuais Haiti e República Dominicana), onde recebeu um pedaço de terra para trabalhar. Participando de expedições de conquista em Hispaniola e em Cuba, recebeu uma Encomienda, um terreno maior e indígenas nativos para trabalharem nele.

Em 1519, Cortés recebeu o comando de uma expedição para explorar as terras que viriam a ser o México. Para evitar que seus soldados pudessem cogitar recuar e voltar para casa, Cortés afundou seus navios, forçando-os a se dedicar a sobreviver através da conquista ou perecer tentando.

Após os primeiros contatos com as tribos locais, Cortés rapidamente percebeu que várias delas ressentiam o domínio Asteca, que as forçava a pagar tributos, havendo uma guerra constante entre Astecas e Tlaxcaltecas. Se aproveitando desse sentimento, Cortés fez alianças com várias dessas tribos, montando um exército que possuía seus 600 soldados espanhóis e cerca de 1 mil Tlaxcaltecas.

Foi recebido na Capital Asteca pelo imperador Montezuma II, que acreditava que Cortés era o enviado do deus Quetzalcoatl, mas logo teve que se retirar para combater a expedição de Pánfilo de Narváez, enviado pelo governador de Cuba para se opor a expedição de Cortés. Vencendo e convencendo os homens de Narváez a se juntarem a ele, retorna rapidamente à capital Asteca, que estava em meio a uma revolta, causada pelo massacre de astecas pelos espanhóis que ficaram na cidade. Forçados a fugir, os espanhóis se reuniram com os aliados de outras tribos e após tomarem cidades aliadas dos astecas, retomaram a capital Tenochtitlán após um cerco de 75 dias, colocando um fim no Império Asteca. Por suas conquistas, seu gênio militar, sua habilidade como líder e sua capacidade de compreender e tirar proveito das situações, o colocam como um dos maiores líderes militares da História.

Napoleão Bonaparte

Um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos, Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) foi oficial do exército Francês, General e por fim Imperador da França. Apoiando a Revolução Francesa, comandou a artilharia no cerco de Toulon, o que lhe rendeu o posto de General de Brigada aos 24 anos. A seguir, assumindo o comando dos exércitos na Itália, combateu e venceu os austríacos em diversas batalhas, o que lhe rendeu a conquista da maior parte do norte da Itália. Também empreendeu campanhas no Egito, e foi durante essas que a Pedra da Roseta foi descoberta, o que permitiu a compreensão e tradução dos hieróglifos egípcios.

Devido a seu papel e o prestígio adquirido na Revolução, Napoleão se tornou Imperador da França, e empreendeu diversas campanhas de conquista, dominando territórios da Alemanha, Áustria, Espanha e Itália. Um admirador e estudioso de grandes militares da História, Napoleão foi um inovador e exímio estrategista, aplicando táticas criadas por outros com maestria e criando inovações próprias.

Mudando os ataques em fileiras tradicionais da infantaria do século XVIII para colunas mais móveis, que permitiam concentrar suas forças em uma área do inimigo e proceder com ataques em pinça, e usando uma formação chamada l’ordre mixte que combinava as formações em linha e em quadrado, fazia excelente uso da infantaria. Concentrando o fogo de artilharia, conseguia causar danos devastadores nas tropas inimigas, usando sua cavalaria em massa ao invés de apenas em ataques rápidos, aterrorizava a infantaria e cavalaria inimigas. Para manter o avanço de suas tropas, desenvolveu uma tropa de suprimentos, que forneciam alimentos e munições para as frentes de batalha.

E com o conceito de corpos de exército, unidades de exércitos menores que permitiam maior capacidade de manobra e se concentravam nos locais de batalha, conseguia sobrepujar os exércitos inimigos. Sua carreira meteórica chegaria à um fim com a desastrosa campanha na Rússia, após a qual perderia apoio, o trono e terminaria seus dias em exílio. Mas isso não ofuscaria sua fama e devido a seu gênio militar, estratégico, suas inovações e a extensão territorial que conquistaria para o Império Francês, Napoleão entraria para a História como um dos maiores gênios militares de todos os tempos.

Erwin Rommel

Um dos mais conhecidos militares alemães, respeitado até pelos inimigos, Erwin Rommel (1891 – 1944), conhecido pelo apelido “Raposa do Deserto” iniciou sua carreira militar ainda na Primeira Guerra, como oficial de Infantaria, mas seria na Segunda Guerra, com o advento da Guerra mecanizada, que sua genialidade tática brilharia. Aplicando os mesmos conceitos que usava na infantaria, com movimentação rápida, ataques certeiros em locais inesperados, Rommel mudou a forma que os blindados eram utilizados, e de seu papel de suporte a infantaria, que era o comum na época, passou a utilizar como ferramentas de ataque de grande mobilidade.

No comando da 7ª Divisão Panzer, sua tática de nunca esperar pela infantaria e continuar avançando sem parar, usando a mobilidade e velocidade a seu favor, fazia com tanto inimigos quanto o próprio comando do Exército Alemão não soubessem exatamente onde sua divisão se encontrava, o que lhe rendeu o apelido de “Divisão Fantasma”.

Em seguida, no comando do Afrika Korps, combateu os aliados no norte da África, onde novamente pôs seu gênio tático à prova. Percebendo que as defesas britânicas na região eram escassas, contrariou ordens para aguardar a chegada de mais tropas e atacou imediatamente, o que levou a expulsão dos aliados até a fronteira do Egito. Ao invés de se ater a combater de frente os tanques britânicos, usando estradas para movimentar seus blindados, Rommel se movia livremente e com grande velocidade pelas areias do deserto, flanqueando e atacando a retaguarda das linhas britânicas.  Assim, ganhou o apelido “Raposa do Deserto” tanto de aliados quanto de inimigos. Sua compreensão e habilidade em usar a nova forma de guerra móvel mecanizada, suas habilidades táticas e sua capacidade de liderança o colocam como um dos maiores líderes militares da História.

George S. Patton

Talvez o mais conhecido e o mais controverso General do Exército americano na Segunda Guerra, George Smith Patton Jr. (1885 – 1945) foi um exímio comandante de combate mecanizado, com uma postura agressiva e quase temerária. Graduado como Tenente em 1909, participou de uma expedição contra Pancho Villa no México em 1916 mas seria nas duas Guerras Mundiais onde seu estilo de comando e sua habilidade tática seriam postos à prova.

Na Primeira Guerra, comandando alguns dos primeiros blindados de combate americanos, Patton se manteve em cima de um dos blindados leves Renault FT durante o ataque, buscando inspirar os seus homens, e em uma batalha subsequente, ao ser ferido, continuou comandando o ataque de uma cratera de artilharia. Na Segunda Guerra, Patton comandaria a tomada de Casablanca no Marrocos e Parte da Campanha no Norte da África.

Na invasão aliada da Sicília, Patton estaria no comando do 7º Exército, onde comandaria as tropas da linha de frente, apesar de já estar no posto de General de Divisão, o que seria seu estilo de comando. Também seria na campanha da Sicília onde Patton iria por duas vezes esbofetear soldados em hospitais de campanha, ao descobrir que não possuíam ferimentos e sofriam do que hoje se chama “estresse pós-traumático”, os chamando de covardes e expulsando do local.

Devido a sua audácia, tenacidade e agressividade nos combates, os alemães temiam e respeitavam Patton, acreditando que ele seria responsável por comandar qualquer invasão aliada da França. Sabendo disso, os aliados criaram a Operação Fortitude e nomearam Patton comandante de um exército falso, com blindados infláveis e de madeira, colocados para enganar observadores alemães e enganar sobre a área de desembarque na Normandia.

Após a invasão da Normandia, e no comando de um exército de verdade, Patton continuou a empregar seu método agressivo e audacioso de atacar e continuar atacando, sem dar tempo ao inimigo de se reagrupar, usando a mobilidade como maior arma. Durante a batalha das Ardenas, pressentindo as ordens que receberia ao ser chamado a uma reunião, adiantou-se e preparou seu exército para atacar a contraofensiva alemã, quebrar o cerco a Bastogne e salvar os soldados da 101ª Divisão Aerotransportada, o que acelerou a ajuda e foi considerada por ele mesmo como a mais brilhante operação que havia realizado.

Continuando seus avanços e tomando cidade após cidade, o Terceiro Exército de Patton recebeu ordens de evitar a cidade de Tréveris, pois acreditavam que custaria 4 divisões para tomar a cidade. Porém Patton já a havia conquistado alguns dias antes, respondendo sarcasticamente ao comando com a mensagem: “Tomei Tréveris com 2 divisões. Querem que eu devolva?” Por seu estilo agressivo, sua capacidade de tirar o melhor de seus homens, gênio tático, disciplina ferrenha,  liderança ousada, senso estratégico, avanço rápido pelo teatro de combate e firme determinação, Patton é mais um dos maiores líderes militares da História.

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