Filmes de terror quase esquecidos de 2024

É fato que não dá para se ter tudo. Assim como é muito difícil assistir tudo, não só pela falta de tempo, mas também com o preço do cinema, então tem muitas obras que eu acabo por deixando passar e, consequentemente, acabo não trazendo aqui para vocês.

Mas, recentemente, eu corri atrás do tempo perdido e me surpreendi com alguns longas que eu não dei a devida atenção que merecia. Sendo assim, compilei uma pequena lista para expor de maneira objetiva uma rápida análise sobre eles e como às vezes as aparências podem enganar.

Pisque Duas Vezes

    Um pequeno spoiler, esse foi o meu favorito. Lembro de assistir o trailer de “Pisque Duas Vezes” e ele soar muito com um “rolê aleatório”. Sendo o primeiro longa dirigido por Zoe Kravitz, atriz que recentemente viveu a Mulher-Gato em “Batman”, tendo no elenco rostos até conhecidos mas a tempos sumidos como Chaning Tatum, que passou por um hiato após o fim da franquia “Magic Mike”, Haley Osment, o jovem ator que pra sempre vai ser lembrado como o menino de “Sexto Sentido” e por último, a veterana Genna Davis, que contém clássicos no seu currículo como “Thelma e Louise” e “A Mosca”.

    “Pisque Duas Vezes” contém uma trama onde, um grupo de jovens mulheres é convidado para passar um tempo em uma ilha de um milionário egocêntrico. Conforme o tempo vai passando, coisas estranhas vão acontecendo e a noção de realidade vai se perdendo.

    Com essa premissa o roteiro tinha tudo para ser o ponto forte da experiência, e de fato ele é muito bom, mas o que surpreende é a condução da direção de Kravitz e opta por uma narrativa onde, suspense e uma pitada de crime e mistério se misturam, fazendo do longa um quebra-cabeças esperando ser montado. Um thriller psicológico que em muito se assemelha com “Corra!” onde o foco é a estranheza e a artificialidade do local.

    Alien: Romulos

    Esse segundo item da lista eu deixei passar por completa falta de vontade. Os últimos longas da franquia “Alien” não me agradam nem um pouco e nunca pareciam ter um rumo estabelecido, uma vez que cada novo filme se passa antes do anterior. Por esses motivos, com medo de ser mais do mesmo, eu passei longe, porém eu deveria ter confiado mais no seu realizador, o uruguaio Fede Alvarez.

    Alvarez e a franquia “Alien” foram o casamento perfeito, já que o diretor se consolidou em filme de terror como o remake de “A Morte do Demônio” e “O Homem nas Trevas”, longas que apesar de ter temas distintos seguem a ideia de personagens presos enquanto são perseguidos por uma força maior. “Alien:Romulos” pisa no freio e volta a fórmula de um grupo preso em uma nave, e nesse ambiente claustrofóbico o grande antagonista da franquia, cresce e sua ameaça se torna maior pouco a pouco.

    Ao invés de acompanharmos exploradores e cientistas, aqui temos jovens que vivem negligenciados em seu planeta poluído e tentam se infiltrar, clandestinamente, em uma nave com cápsulas de criogenia para viajarem para o planeta colônia em busca de uma via melhor. Porém, ao adentrarem na nova Nostromus, se deparam com o cenário catastrófico deixado pelo Xenomorfo no longa original.

    O maior ponto positivo, e o já me fez abrir um sorriso, foi a quantidade de efeitos práticos para compor as criaturas, dando prioridade para a maquiagem e os animatronicos tendo muito pouco CGI. Além disso o elemento do horror corporal se faz presente e Alverez da destaque e faz bom uso das criaturas aranhas, seres que sempre foram o ponto de partida dos filmes mas que nunca tiveram o potencial assustador explorado por completo. Além de tudo isso, o longa ainda encontra espaço para centrar em temas como, preconceito, disputa de classe e a busca pelo famigerado “sonho americano”.

    Infestação

    Convenhamos que um filme sobre aranhas assassinas em pleno 2024 já nasce ultrapassado. A tendência de animais vilões no terror terminou lá no início dos anos 2000 com “Anaconda” e reencontrou seu público abraçando a galhofa com filmes de tubarões absurdos e de baixo orçamento. Mas então, o que tem de tão especial em “Infestação”? Eu respondo: nada.

    “Infestação” é um longa que consegue, sem maiores firulas ser assustador e tenso com elementos simples, aranhas por aranhas. O longa estreou no final de 2023 na França, mas ganhou distribuição pela Shudder somente em 2024 para outros países. Na trama, o jovem Kaleb é fascinado por insetos e compra uma espécie de aranha para sua coleção, porém, mal sabia ele que a espécie de aranha poderia rapidamente se reproduzir com outros espécies ficando cada vez maior.

    Além dos elementos de horror, o filme ainda encontra espaço para desenvolver sua temática. Ele se passa em um condomínio em Paris onde a maioria dos moradores são imigrantes refugiados, e isso traça um paralelo até com a própria aranha, já que ela foi tirada do seu habitat natural e levada até a França.

    Sorria 2

    Apesar de ser aqueles terror mais comerciais, “Sorria” tem seu charme e eu diria até que é ousado ao trazer para grande público um terror que é, não literalmente mas basicamente, psicológico e ao mesmo tempo de criatura e assombração. “Sorria 2” simplesmente passou batido pelo meu radar e eu esqueci completamente do longa. Aqui ele tinha tudo para ser uma sequência caça-níquel mas a proposta é bem interessante.

    Dessa vez acompanhamos Skye Riley, uma cantora pop que é a nova vítima da maldição. Eu sei, pode soar mais do mesmo, mas a mudança de perspectiva para uma figura pública traz uma visão interessante da premissa, e funciona como um estudo de personagem. Além disso, o longa amplia a mitologia da franquia. Saindo mais do mesmo e expondo que a criatura é uma entidade cósmica, nos deixa curioso para o que vem a seguir.

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