Mortes que aconteceram nos parques da Disney

Parques de diversão são vistos como sinônimo de… diversão! Porém, infelizmente estes locais com alta circulação de pessoas eventualmente são palcos de fatalidades.

Assim, o que dizer dos parques mais visitados do mundo? Sim, mortes já foram registradas tanto na Disneylândia (Califórnia) quanto na Disney World (Flórida).

E caso você esteja na internet há algum tempo, provavelmente já deve ter se deparado com as inúmeras lendas urbanas referentes a esta empresa. Algumas são divertidas de ler enquanto se encarar como mera ficção. Porém, infelizmente, algumas pessoas pensam que tais lendas são casos reais. No entanto, não é necessário ir muito longe para encontrarmos histórias verídicas e perturbadoras relacionadas aos parques da Disney.

Os dados referentes as mortes acontecidas no parque da Disney são nebulosos. E as razões para isso são óbvias: muitos destas fatalidade provavelmente foram acobertados ou maquiados para não sujar a imagem lúdica da empresa. Seria inocente de nossa parte pensar que uma empresa do calibre da Disney não tivesse seus recursos para lidar com este tipo de acontecimento. Ainda se formos tentar somar tanto os números da Disneylândia e da Disney World, esse resultado fica ainda mais difícil de se obter.

Para se ter uma ideia, do ponto de vista jurídico ninguém “morreu” na Disneylândia oficialmente. Isso acontece porque no estado da Califórnia uma pessoa só pode ser declarada morta por um médico e o parque não conta com nenhum tipo de atendimento de emergência. Assim, quando algum acidente acontece (seja por conta de algum brinquedo ou até mesmo uma urgência médica de qualquer tipo, como uma parada cardíaca), uma ambulância é chamada para levar os envolvidos para fora das dependências da Disney até um hospital mais próximo. Só lá então são declaradas mortas. Desta forma, se formos procurar números oficiais de pessoas que vieram a óbito na terra mais feliz do mundo, simplesmente não vamos encontrar porque eles “não existem”.

Contudo, existem alguns números extraoficiais que podem ser encontrados mapeando notícias de jornais e até mesmo em sites de serviços jurídicos. Em um artigo publicado pelo escritório de advocacia DAM, do estado da Califórnia, foram registradas 93 mortes em 90 incidentes separados entre os anos de 1964 e 2022 – ou seja, em alguns deles mais de um óbito foi documentado. Contudo, é válido ressaltar que esses números possivelmente são bem maiores.

A causa de morte mais comum é em decorrência de problemas de saúde já pré-existentes, totalizando 22 casos. Já a segunda mais frequente é devido ao suicídio, sendo que 13 pessoas decidiram acabar com a própria vida nos parques.

As demais mortes envolveram outros motivos externos, como acidentes e até mesmo assassinatos – uma pessoa morreu baleada e outra esfaqueada. A maioria dos óbitos acidentais foram causados devido a afogamento (10), seguido por quedas (9), esmagamento (5), atropelamento por brinquedo (4), atropelamento normal (2) e acidentes de outras naturezas envolvendo veículos (2). Os dados apresentados mostram que três mortes não tiveram a causas revelada. Um fato curioso é que pelo menos uma das vidas foi perdida devido a um ataque de jacaré, uma devido a uma explosão e outra por decapitação.

Quando analisamos a faixa etária dos mortos, vemos que a maioria é composta de adultos e idosos, totalizando 54,4% dos casos. Já crianças e adolescentes somam exatos 31% dos óbitos. Não se tem informação da idade de 14,4% das vítimas.
A maioria dos mortos foram visitantes dos parques, totalizando 79%, enquanto que os 21% restantes eram trabalhadores do local.

Alguns casos notórios

Como dito no começo, apesar de existirem diversas lendas fantasiosas a respeito da Disney como um todo, o fato é que algumas das mortes registradas nos parques foram perturbadoras.

O primeiro acidente fatal da Disneylândia (ao menos, o que se considera sendo o primeiro) aconteceu em 19 de maio de 1964. Mark Maples, de 15 anos, caiu do trem de passeio do Matterhorn Bobsleds após se levantar para ficar de pé no topo da atração. As investigações apontaram que o cinto de segurança havia sido desatado por um dos companheiros de viagem. Ele viria a falecer três dias depois devido aos diversos ferimentos.

Vale o destaque para o fato de que esta não foi a única morte nesta atração do parque. No dia 1° de março de 1984, uma mulher de 48 anos chamada Dolly Regene Young morreu decapitada após cair do veículo de passeio e uma das rodas comprimir seu pescoço contra os trilhos. A investigação apontou que o cinto de Dolly estava aberto, mas não se tem certeza se ela abriu deliberadamente ou se ele apresentava algum defeito. Durante muito tempo, quando a família da vítima moveu uma ação contra a Disney, se especulou sobre a possibilidade de as fotos do corpo de Molly fossem mostradas durante o julgamento, o que tornaria as imagens públicas. Contudo, isso não veio a acontecer e as partes entraram em um acordo, mas o valor não foi informado.

No dia 14 de junho de 2016, um menino de dois anos chamado Lane Graves foi morto após o ataque de um jacaré enquanto estava hospedado com sua família em um resort da Disney, na Flórida. A criança estava aproveitando o dia na beira de um lago com seus pais e irmãos quando, por volta das 21h, acabou sendo surpreendido pelo animal que o arrastou para a água. O pai do menino chegou a pular no lago e lutar com o animal, mas sem sucesso. O corpo da criança seria encontrado cerca de 16 horas após o acidente. Este não foi o primeiro caso de ataque de jacaré no local, pois em 1986 um garoto de oito anos também foi atacado por um animal destes. Contudo, nesta primeira vez, a criança teve apenas ferimentos na perna e não correu risco de vida.

Não são apenas os visitantes dos parques que estão sujeitos a fatalidade, pois, como os dados mostram, quase um quinto das mortes envolveu funcionários.

Uma das atrações mais antigas e populares envolve a recriação de cenas dos filmes da franquia Indiana Jones com atores e dublês reais. Em agosto de 2009, durante um ensaio, um dos artistas de 30 anos acabou sofrendo um traumatismo craniano durante um ensaio. Ele veio a falecer cerca de um mês depois. Anos antes, no dia 22 de abril de 2003, um funcionário do Teatro Hyperon morreu após cair de uma altura de 18 metros de altura enquanto fazia a manutenção de uma passarela.

Apesar de a imensa maioria das mortes serem em decorrência de acidentes, na década de 1980 ao menos dois homicídios foram documentados. No dia 7 de março de 1987, um adolescente de 15 anos foi morto a tiros após um conflito entre gangues no estacionamento da Disneylândia. Já no exato mesmo dia, mas no ano de 1981, um jovem de 18 anos foi esfaqueado na Tomorrowland por um homem de 28 anos, pois a vítima supostamente havia assediado a namorada do agressor. Neste segundo caso, a Disney foi multada em US$ 600 mil por negligência, uma vez que demorou a chamar ajuda médica após o incidente.

Por fim, mas não menos importante, um caso relativamente recente que despertou atenção internacional foi com relação ao surto de sarampo registrado na Disneylândia. Entre o final de 2014 e começo de 2015, ao menos 70 turistas desenvolveram a doença. A maioria dos infectados eram residentes da Califórnia, mas outros eram oriundos de outros locais dos Estados Unidos e também do México. A principal suspeita é de que o paciente zero tenha sido um visitante que veio de algum país onde a cobertura vacinal contra a doença não seja eficiente. Não foi divulgado se alguma morte por sarampo acabou acontecendo, mas diversos pacientes precisaram ser hospitalizados.

Devido a sensibilidade do assunto, a reportagem do Cova Aberta decidiu não comentar a respeito dos casos de suicídio registrados nos parques da Disney. Também deixamos de fora as mortes decorrentes de causas naturais e condições de saúde já pré-existentes nos falecidos.

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