Thomas Hardy

Você conhece a origem do termo “suspense”?

Arrisco dizer que todos sabem o que é o suspense em uma obra ficcional. Mas para quem desconhece, aqui vai a explicação: é uma técnica narrativa que coloca os personagens em situações adversas e atrasa, ao máximo, o desfecho para prender o leitor ou espectador. É aquele sentimento angustiante que nos domina enquanto ficamos ansiosos para saber o que vai acontecer em seguida – algo frequente em histórias de terror, investigação e aventura.

Esse recurso narrativo é tão antigo quanto a própria ficção, mas o que pouca gente sabe é que o termo só foi cunhado mais recentemente. A palavra em si remete a uma forma latina do verbo “suspender” e tem ligação direta com a situação literária que a nomeou.

Em 1873, o escritor inglês Thomas Hardy publicou a novela “Um Par de Olhos Azuis”, que conta a história de uma jovem noiva que começa a se sentir culpada por estar atraída por outro homem. Em determinado momento, a moça e o amante estão no alto de um penhasco e um vento forte acaba soprando o chapéu do mesmo até a beirada. Quando ele tenta pegá-lo de volta acaba se encontrando incapaz de escalar a rocha íngreme, estando assim literalmente “suspenso” pelos braços.

O restante da história se desenvolve alternando as cenas entre ambos os personagens, que de um lado mostra o temor do homem em cair centenas de metros em direção à morte e, de outro, a mulher tentando encontrar uma forma de ajudá-lo a subir de volta. O livro também traz diversas reflexões filosóficas através de descrições bem detalhadas dos pensamentos do homem, aumentando assim a angústia do leitor e o “suspense” da história.

Deu para entender tudo, não é mesmo?

O que será que acontece em seguida? Será que tudo acaba bem ou o desfecho é uma morte trágica? Só lendo até o final para descobrir. Contudo, podemos ver que o recurso narrativo foi batizado através de uma situação de “suspense” literal.

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