Filmes que matam: conheça os longas mais amaldiçoados do cinema

Existe uma crença popular que une as pessoas no mundo todo que é a de “se você lida com o mal, você atrai o mal”. Dito isso filmes de terror possuem a fama de serem malignos e, com isso, ao longo dos anos alguns filmes polêmicos ganharam a fama de “amaldiçoados”.

Em 1973, um grande clássico do terror e um dos mais populares filmes a carregar esse estigma era lançado. Em “O Exorcista”, durante as filmagens, nove pessoas morreram ao total, incluindo o avô de Linda Blair, a protagonista do filme, e o ator Jack MacGowran, que morreu de pneumonia uma semana após gravar a cena em que seu personagem morre no longa. Além destas tragédias, também existe o fato de o filme ter criado uma histeria coletiva na época, provocando desmaios, convulsões e crises de pânico nas pessoas que foram ao cinema assistir ao filme.

Outra curiosidade é que o cenário onde eram feitas as gravações pegou fogo, exceto pelo quarto da protagonista, onde a maioria das cenas de exorcismos ocorria.

O primeiro de todos

Apesar de “O Exorcista” até hoje ser o mais famoso nesse quesito, ele não foi o primeiro.

Em 1969, “O Bebê de Rosemary” era lançado. Na trama, Rosemary é a escolhida para gerar o anti-cristo. A primeira vítima foi o compositor Krzysztof Komeda, que faleceu devido à um coágulo no cérebro — exatamente como o personagem Hutch do filme.

Após esse acontecimento, o próprio produtor do filme, William Castle, começou a promover a ideia de que todo os envolvidos no longa estavam sendo ameaçados por uma seita satanista de verdade e que recebia cartas de repúdio por ter corroborado na produção do filme. Castle posteriormente foi acometido por uma grave crise de pedras nos rins. No hospital, o produtor delirava com as dores constantes e durante os surtos enfermeiras apontam que ele gritava “Rosemary, pelo amor de Deus, solte essa faca”.

Por fim, no mesmo ano em 1969, a casa do diretor, Roman Polanski, foi invadida pela seita comandada por Charles Manson, e matarem 5 pessoas no local, incluindo a esposa de Polanski, a atriz Sharon Tate que estava grávida de 8 meses. Se o filme foi uma motivação para o ato, nunca se soube.

O diabo vai ao cinema

Seguindo com o mesmo tema sobre o anti-cristo, em 1976 chegava aos cinemas “A Profecia”, que acompanha um casal que adota uma criança que, ao ficar mais velha se revela ser o próprio filho do Diabo.

Já durante as filmes do longa, em 1975, o filho do ator Gragory Peck, que interpreta o pai da criança, se suicidou. O ator no entanto, decidiu seguir com seu trabalho no filme por achar que ia ajudar a superar o luto.

Em uma cena do filme, que se passa em um zoológico, os animais começam a enlouquecer com a presença do menino. No entanto os adestradores presentes no set afirmam que a cena é real, e os animais realmente saíram do controle sem motivo aparente, resultando na morte de um membro da produção por conta do ataque de um tigre.

Porém, disparado o caso mais bizarro é de John Richardson.

Richardson era supervisor de efeitos especiais e responsável por criar um cena de decapitação no filme. Em 1977, ele e sua assistente, Liz Moore, sofreram um acidente que resultou na decapitação da mulher, assim como na cena do filme.

Porém, uma série de coincidências rondou esse caso. O aconteceu se deu em uma sexta-feira 13, no quilômetro 66,6 da rodovia Ommen, o título original do filme é “The Omen”.

Assombração até na TV

A versão original de Poltergeist, de 1982, ganhou a fama de amaldiçoado pois também carrega tragédias no seu elenco. Exemplo disso pe a morte da atriz principal, Heather O’Rourke, que na época tinha apenas 12 anos de idade.

Além disso, o filme carrega uma polêmica. Durante uma das cenas finais, onde corpos emergem do chão da casa da família protagonista do longa, foram usados cadáveres reais. Esse fato macabro ajudou o filme a ganhar a fama de amaldiçoado e fez com o que associassem a morte da atriz a esse acontecimento.

Na atualidade

Com o passar dos anos essas histórias foram perdendo força, sendo a mais recente do longa “Hotel da Morte”. A obra dirigida por Ti West, de “X” e “Pearl” foi marcada por histórias de bastidores, onde portas batiam, luzes acendiam e equipados ligavam e desligaram sem explicação. Nada envolvendo morte ou coincidência sinistra, mas o interessante é que tudo está documentado no making off do filme.

Claro, o que essas histórias tem em comum é o fato de serem conhecidas até hoje. Não ia demorar muito até alguém perceber que ter um filme amaldiçoado seja uma boa estratégia de marketing.

E então, em 2018 foi lançado “Antrum”. O filme foi filmado e exibido em duas etapas, a primeira sendo um pequeno documentário explicando a história de “Antrum”. O filme teria sido rodado nos anos 80, mas engavetado por causa das polêmicas nas exibições testes e em festivais ao redor do mundo, incêndios, histeria coletiva nas sessões e ligação da produção com rituais satânicos, essas são algumas das coisas expostas nesse documentário.

Após isso, uma contagem regressiva começa e um letreiro indica que o filme vai começar e ainda avisa “ao continuar assistindo após o fim da contagem, o telespectador isenta a equipe do documentário de qualquer fato estranho e tragédia que pode ocorrer ao fim da obra”. Tudo isso pode até ser convincente para um desavisado, mas quando o filme começa nítido notar que se trata de algo filmado nos dias de hoje porém com um filtro por cima para parecer um filme antigo.

A estratégia, apesar de criativa, não basta para nos colocar no clima do filme, pois não é imersiva o suficiente. Ela pode funcionar como uma pegadinha para aquele seu amigo mais facilmente impressionado, porém essas histórias ganham força com o tempo, quando ganham aspecto de lenda.

Eu concordo que rotular filmes de terror como amaldiçoados seja coisa mais de tempos antigos, mas essas histórias se perpetuarem até hoje é consequência da forte influência cristã que o público de uma forma geral carrega. Hoje em dia, eu percebo que polêmicas que vendem mais são aquelas em que fazem você sentir um desconforto, como por exemplo pessoas vomitando e passando mal nas sessões de “Terrifier 2”.

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